Deserto do Siloli – Uyuni – parte 3

30 12 2014

O terceiro dia de viagem no deserto do Siloli começou cedo, às quatro e meia da manhã (até para as pessoas mais matinais, como eu, foi difícil). Sem café da manhã (ainda mais difícil) fomos em direção ao Geiser Sol de Mañana. De acordo com o nosso guia/motorista, teríamos o café da manhã no geiser, com direito a ovos cozidos naturalmente e tudo.

Geiser Sol de Mañana.

A melhor explicação que tive sobre o que é um geiser foi com uma das brasileiras que viajou com a gente, e basicamente, a lógica é a seguinte: as lavas vulcânicas do centro da terra aquecem os lençóis freáticos e, por pequenas frestas e buracos no solo, o vapor dessas águas sai enlouquecido em direção aos céus. Bonito, né? Para informações mais embasadas, clique aqui.

Altiplano boliviano

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A viagem latinoamericana em fotos e música

10 07 2014

Oi, gente,

Depois de muito tempo, finalmente consegui reunir algumas das imagens feitas durante a viagem para a Bolívia e o Peru e montar um pequeno vídeo com elas. Escolhi a música Latinoamérica da banda Calle 13. Essa banda de Porto Rico me emocionou muito com essa música. Sempre que a escuto ou vejo o maravilhoso clipe que fizeram, fico tocada. E não é exagero dizer que foi por causa desse vídeo que decidi ir viajar.

A minha intenção era fazer um pequeno resumo do que vi. Compartilho aqui com vocês!

Espero que gostem! =)

 





Deserto do Siloli – parte 2

6 10 2013

@camilapastorelli

O segundo dia no Deserto do Siloli foi ainda mais impressionante que o primeiro no Salar (leia mais aqui). Nossa primeira parada foi no Vale das Rochas (Valle de Rocas), um ponto bem cinematográfico. Eu que pensava que não acharia a menor graça no cenário desértico, me enganei. Sentei em uma das pedras mais altas e fiquei observando aquela paisagem maravilhosa, sem vontade de ir embora.

@camilapastorelli

Ao fundo, ainda era possível avistar o vulcão Lincacabur com seus imponentes 5.916 metros de altura, pertencente tanto à Bolívia, quanto ao Chile. No dia seguinte, ficamos ainda mais perto dele quando passamos pela Laguna Verde.

@camilapastorelli

Deserto do Siloli

Após o vale, paramos na primeira lagoa do caminho, a Laguna Cañapa, que estava com vários flamingos. Logo depois, veio a Laguna Hedionda com mais flamingos. Um prato cheio para algumas fotos.

@camilapastorelli

Laguna Cañapa

Laguna Cañapa

Laguna Cañapa

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Deserto do Siloli – Uyuni – parte 1

19 11 2012

Turistas no cemitério de trens

Pacote fechado, agora era a hora de entrar no 4×4 e começar a aventura. Foram três carros, só com brasileiros. No carro em que estava, além das duas brasileiras de São Paulo que conheci na manhã, foram mais três amigos de Minas Gerais. Povo bem-humorado e animado. A viagem prometia! Nosso motorista e guia, no entanto, era do time dos tímidos. Falava pouco, mas era simpático.

A primeira parada foi no Cemitério de Trens, um ferro-velho de maquinários ferroviários a 1 km da cidade. Parece uma bobagem (e pode até ser), mas é muito interessante ver aqueles vagões enferrujados no meio do deserto. Com a certeza de ter minha vacina de tétano em dia, subi em alguns dos vagões, junto com os outros tantos turistas, nessa espécie de parque de diversões do deserto. Sem dúvida, curioso.

Por dentro do vagão

Subi no vagão e tudo

Logo depois, paramos em um pequeno povoado chamado Colchani, onde há algumas casas construídas com sal e se pode comprar alguns artesanatos. Estávamos loucos para saber mais sobre como as pessoas moram em casas de sal (!?), mas nosso guia não era dos mais comunicativos, realmente. O jeito era perguntar para os moradores mesmo.

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A chegada em Uyuni

19 11 2012

Na viagem de ônibus entre La Paz e Uyuni, cerca de 10 horas, dormi muito pouco, como previsto. A maior parte foi quando saímos de La Paz, onde a estrada era um pouco melhor. Ao se aproximar da região mais desértica, esqueça do asfalto, boas estradas ou sinalização eficiente. Para passar o tempo, tentava tirar algumas fotos, mas ainda era de madrugada e a única luz que havia era de um ou outro poste no meio do caminho ou de casas na beira da estrada, o que não dava para quase nada. Mesmo assim, o pouco que dava para ver, já se mostrava bem bonito. A paisagem, completamente diferente da nossa realidade, me impressionou bastante.

O único porém era realmente o balancê do bumba. Para completar, de tempos em tempos, algum motorista que vinha no sentido oposto metia a mão na buzina. E tudo que eu pensava era se o motorista estava acordado (na verdade, eram dois motoristas que iam conosco, para se revezar).

Por volta das três e pouco da manhã, paramos em um boteco/restaurante bem pequeno no meio do nada. Era a parada do xixi. Mesmo que você não estivesse com muita vontade, era prudente ir (e como o banheiro do ônibus não era lá aquela maravilha, achei melhor encarar). Não sei dizer quão frio estava, mas posso garantir: estava frio pra caramba (!). O banheiro ficava nos fundos desse pequeno restaurante. Havia algumas pessoas comendo e bebendo nas poucas mesas do lugar e uma TV ligada. Por sorte havia porta e tranca nos banheiros, mas papel, logicamente, não tinha. Por isso, lembre-se do item mais importante de uma viagem como essa: papel higiênico. Leve-o para todo e qualquer lugar que for.

A caminho de Uyuni

O pit stop do xixi foi rápido e, como ainda tínhamos bastante chão pela frente, o motorista que esperava do lado de fora do lugar, apagou seu cigarro e a viagem continuou. Com o dia quase amanhecendo, o cenário ficava cada vez mais bonito e, se pudesse, pedia para pararmos alguns instantes para fotografar. Como não era o caso, o jeito foi tirar fotos de dentro do ônibus mesmo.

Para o Uyuni, não havia reservado nenhum hostel antes. Vi algumas opções no guia e pensei em chegar e conferir a hospedagem lá mesmo. Como a minha ideia inicial era apenas fazer o passeio de um dia, passaria pouquíssimo tempo no hostel: chegaria, conheceria a cidade, dormiria e, logo no outro dia, faria o passeio para o salar e já voltaria para La Paz. Mas acabei percebendo que não havia muito que ver na cidade de Uyuni – ela realmente funciona como o ponto de partida e chegada para os passeios no deserto.

Bom, meus planos mudaram assim que desci do ônibus. Eram sete da manhã e em Uyuni não havia rodoviária. Na cidade de 11 mil habitantes, todos os ônibus que chegam, estacionam na esquina da avenida Arce com a calle Cabrera, onde está a maioria das agências de turismo. Ao descer do ônibus para pegar as mochilas, fomos abordados por várias pessoas que ofereciam pacotes para visitar o salar e todo o entorno, entregaram prospectos e já queriam fechar negócio. Tudo que eu pensava em fazer era tomar um café e comer algo, com calma, para depois decidir. Vi que essa não era a opção do momento e comecei a pensar como iria escolher. Ouvi duas meninas falando em português sobre que pacote fechar. Perguntei se eram brasileiras e acabamos combinando de fazer o passeio juntas (normalmente, são necessárias 4 ou 5 pessoas para fechar um carro com guia). Elas queriam fazer o passeio de 2 ou 3 dias, e decidi ver quais eram as opções.

Fomos para o escritório de uma senhora que era bem convincente e falou de seus bons preços. Eu ainda queria ver outra agência, indicada pelo guia, já que não dava para saber se estávamos fechando um bom negócio mesmo. Conversa vai, conversa vem, combinei que iria ver outra agência enquanto as brasileiras esperavam mais dois amigos chegarem a Uyuni e, assim, poderíamos fechar o pacote todos juntos.

Perguntando para algumas pessoas, acabei encontrando outras agências até chegar no escritório daquela que queria, a Colque Tours. Já havia conseguido um preço bem melhor do que o da primeira senhora , mas queria ver com essa empresa quanto ainda dava para conseguir. Não é como se eles fossem a melhor empresa de Uyuni, mas era a referência que tinha, além das brasileiras também já terem ouvido falar dela, então me pareceu a mais segura.

O dono era simpático e já tinha fechado dois carros com brasileiros (detalhe: mesmo grupo que havia conhecido em Cusco), faltava apenas um, que sairia em menos de uma hora. O preço dele, 700 bolivianos (cerca de R$200) para o passeio de 3 dias, estava um pouco mais alto que a minha segunda opção, mas senti que ali era melhor. Na negociação, eles falam de tudo: quão bons são os motoristas, quão novo é o carro 4×4 que vamos (é o único tipo de carro que faz esses passeios), quão bons são os alojamentos da 1ª e 2ª noites no deserto, como teremos banhos quentes na 1ª noite (entenda que esse é um item de luxo e duvide de quem oferecer o serviço para as duas noites, sem nenhuma taxa extra), quão gostosas serão as refeições (com direito a coca-cola), etc.

Enfim, voltei e mostrei as opções para as meninas, e acabamos decidindo fechar com a Colque. O ônibus dos amigos delas ainda não havia chegado, então elas deixaram um bilhete para eles com a primeira senhora, explicando que já havíamos ido, mas nos encontraríamos provavelmente nos próximos dias. (Só um PS, a senhora era a maior pistoleira e ao encontrar os meninos, passou um preço mais alto para eles, disse algumas mentiras, entre outras cositas, que não merecem ser reproduzidas). Tem que ficar de olho bem aberto, sempre.

Bom, resumindo a história, nosso cronograma para os próximos dias ficou assim:

1º dia: Cemitério de Trens e Salar de Uyuni (sem a Isla del Pescado, que nessa época do ano, fica inacessível por causa das chuvas).

2º dia: Passeio pelo Deserto do Siloli, Vale das Rochas, visita a algumas lagunas (Cañapa, Hedionda, Colorada) e Árvore de Pedra.

3º dia: Geiser Sol de Mañana, Termas de Polques e mais algumas lagunas (Verde e Blanca).





Os últimos dias em Cusco e a volta para a Bolívia

12 11 2012

Após os incríveis dias em Machu Picchu, estava de volta a Cusco. Eu ainda teria mais dois dias antes de voltar para La Paz e viajar rumo ao deserto do Uyuni.

Aproveitei para explorar um pouquinho mais a cidade, e no meio das andanças pelo centrinho, encontrei os brasileiros com quem havia viajado para MP. Eles conheciam um pequeno restaurante ao lado da catedral e lá fomos. Provei o ceviche como primeiro prato e a carne de alpaca como segundo.

Ceviche em Cusco

Ainda teve uma repentina apresentação ao vivo de três músicos que passavam pela rua. Dois deles eram argentinos e o outro, peruano. Tinham acabado de formar um trio. Assista a um trechinho da apresentação aqui.

Rua da cidade de Cusco

Me despedi dos brasileiros e continuei minha última voltinha pela cidade – ainda tinha algumas atrações do boleto turístico para gastar. Fui ao monumento ao inca Pachakuteq, grande governante e responsável pela expansão inca. O prédio é interessante e, do alto, pode-se ver Cusco de um ângulo privilegiado.

Monumento a Pachakuteq

Foto de dentro do monumento a Pachakuteq

Pela noite, encontrei com os brasileiros novamente e fomos jantar em outro restaurante, perto da Plaza de Armas. Dessa vez, a pedida foi uma massa, que estava bem gostosa. Esperamos a chuva passar para olhar algumas lojinhas e tirar fotos na praça, que fica ainda mais bonita à noite.

Camisetas divertidas

Plaza das Armas com Catedral, ao fundo

Arcos no entorno da Plaza das Armas

Último dia na cidade: descobri um restaurante indiano barato, que com 15 soles, comia-se à vontade. O lugar se chamava Maikhana e, para mim, a comida não foi das mais gostosas, mas a dona era simpática, o lugar era limpinho e a mesa posicionada no balcão, um charme só. (nota: uma amiga almoçou lá outro dia e amou! Talvez eu não tenha dado sorte). No dia, 15 de janeiro, comprei o jornal para entender que raios havia acontecido com um cruzeiro italiano que encalhou, descobri o incidente com o Costa Concordia, e fiquei fazendo hora até chegar a noite.

Detalhe do balcão do Maikhana

Durante a tarde, havia pesquisado algumas empresas de ônibus que faziam o trajeto Cusco-La Paz, e acabei optando por uma que tinha um bom preço, a Transportes Litoral Miramar. Pedi para o rapaz me escrever no flyer da empresa quanto sairia a viagem, só para deixar registrado. E assim ele anotou: 85 soles (guarde essa informação para algo que conto a seguir).

Em Cusco, você encontrará muitas pessoas na praça ou em pequenas lojinhas de viagem que oferecerão passagens. Há essa opção de comprar antecipado e “mais garantido”, como dizem, ou comprar na hora, na rodoviária. Optei por chegar mais cedo na rodoviária e comprar lá mesmo; fiquei encanada com a possibilidade de ter alguma porcentagem e ter algum prejuízo, apesar deles me garantirem que o preço era o mesmo. Continue lendo »





Exposição Jazz nos Fundos

24 04 2012

Amigos,

Gostaria de convidá-los para conferir algumas fotos minhas expostas no bar Jazz nos Fundos (Rua João Moura, 1076 – Vila Madalena). São fotografias que tirei na Bolívia, lugar que estive no começo do ano, como vocês podem conferir em alguns posts passados e alguns, futuros!

O tema da exposição é “fotos de viagem” e não poderia caber melhor, não é mesmo? Também estarão expostas as fotos de Gabriel Bianchini, Sándor Kiss e Ilan Schleif.

Espero que todos possam ir e prestigiar! A exposição começou em abril e vai até o comecinho de maio.

Para quem não conhece, o Jazz nos Fundos é um ótimo bar, com ambiente aconchegante e música ao vivo de qualidade! Quando você chegar no endereço e der de cara com um estacionamento, fique tranquilo: é ali mesmo….nos fundos!

Abraços!

Camila





Direto do lago Titicaca

4 02 2012

Sai de La Paz por volta das 14h em direção a Copacabana. Comprei a passagem de ônibus no Terminal de Autobuses e paguei 30 bolivianos (mais a taxa do terminal de 2Bs). Depois descobri que poderia ter pago mais barato, se fosse até o cemitério da cidade, lugar de onde saem inúmeros ônibus para lá e outros lugares.

A viagem foi tranqüila e eu estava com uma expectativa bem grande de chegar logo. Depois de aproximadamente quatro horas e meia de viagem, chegamos a um ponto que todos tivemos que sair do ônibus para atravessarmos uma parte do lago Titicaca, antes de chegar a Copacabana. É muito interessante, deixamos as mochilas no ônibus e embarcamos em um barco pequeno, que cabem cerca 12 a 15 pessoas. A travessia leva cerca de 20 minutos. E o ônibus? Bom, ele também vai, em seu próprio transporte: balsa.

Ônibus levado pela balsa para cruzar o Titicaca

Chegamos ao outro lado, já São Pedro de Tiquina, recuperamos nosso ônibus de volta e seguimos viagem por mais alguns minutos. Copacabana é uma cidade pequena, de 25 mil habitantes, e não tem rodoviária. Todos os ônibus chegam na mesma rua, onde estão localizadas dezenas de pequenas agências de turismo que organizam passeios a Isla Del Sol e também viagens a cidades próximas ou cidades peruanas. A altitude aqui é de 3.810m acima do nível do mar.

Logo ao sair do ônibus, conheci duas brasileiras que estavam pensando em dormir uma noite na Isla Del Sol ao invés de passar as duas noites em Copacabana. Não tinha pensado nisso, mas me pareceu uma boa ideia ter mais tempo para explorar a ilha. Como elas também iam depois a Puno, marcamos de tentar ver a ida a esses lugares juntas. Antes, apenas íamos deixar as coisas no hostel e voltar ali para a rua central em meia hora.

Em São Pedro de Tiquina, Bolívia

Pois bem, o hostel. Primeira zica da viagem. Havia já visto um lugar para ficar ainda quando estava no Brasil, liguei para eles durante essa parte do planejamento e eles me garantiram que para reservar um quarto, tudo que precisava fazer era ligar um dia antes para reafirmar minha ida a cidade. Ok, estava em La Paz, liguei para eles um dia antes e a resposta que tive foi que todos os quartos estavam cheios. Não havia vagas. Tentei argumentar e tudo mais, mas não havia negócio, eles não reservaram e ponto. O nome do lugar é Hotel Ambassador. (fica a dica).

Tentei outro, então: Hotel Emperador. Falei com uma senhora muito simpática, perguntei tudo sobre o lugar, era até mais barato que o primeiro. Fiz ela escrever meu nome e repetir para ver se havia entendido. Tudo certo. Cheguei em Copacabana e peguei um taxi até o lugar, pois aparentemente, não era tão perto para quem estava com uma mochila de 12 quilos nas costas. No hotel, um rapaz novo me atendeu. Falei sobre a minha reserva e…. “todos os quartos estão cheios”. COMO assim? Tentou encontrar a senhora com quem eu tinha falado, mas nada. Procurou em um caderno, todo bagunçado, meu nome e nada. Nessas horas e circunstâncias não tem muito o que fazer, até porque “direitos do consumidor” não é algo do dia a dia boliviano.

Tudo bem, vamos lá, estou de férias, não tem com que eu me estressar, certo? Fui em busca do próximo hotel, que era duas ruas para baixo. Super simples, 30 bolivianos o quarto, sem banheiro. Só tinha uma janelinha. O banheiro compartido era um pouco tenso, assim como a ducha, mas eu não tava na posição de ficar selecionando.

Desencanei um pouco e fui encontrar as meninas no “centrinho” da cidade. Já marcamos nosso passeio a Isla Del Sol (não precisava marcar antes, porque a oferta é imensa, mas achamos melhor) e também o ônibus para Puno no final do outro dia. Fomos então, em busca do jantar, que tinha que ser truta! Todos falavam muito bem das trutas do lago Titicaca. De fato, estavam ótimas. Pedimos uma na chapa na manteiga e outra no alho. Salada à vontade, mais um chá gelado bem bom. Ainda tomamos uma espécie de caipirinha de folha de coca, com uma bebida local que esqueci o nome…bem diferente.

Cidade de Copacabana

No dia seguinte, pegamos o transporte até a Isla Del Sol. São duas horas de viagem, apesar do céu aberto, o vento era BEM frio. Logo na chegada da ilha, encontramos um grupo de brasileiros, que tinham acabado de conhecer um outro brasileiro que estava ali há mais dias e que poderia ser o nosso “guia” na trilha da parte Norte à Sul. Por isso, optamos por não ir com um guia local, mas mesmo assim recomendo um guia, para saber um pouco da história do lugar e tal.

Caminho para Isla del Sol de barco

Mapa da Isla del Sol

A caminhada leva, em média três horas ao todo, nós levamos sete. Claro, fomos parando, conversando, ficando sem fôlego, essas coisas. E foram nessas longas horas que estraguei meu joelho. O esforço foi bastante e fiquei dias com ele ruim. Mas foi ótimo! O pessoal era divertido e animado. A vista dali é impressionante. Não tinha ideia quão grande era o lago. Parece um mar! Em muitos pontos, não dá para ver o outro lado dele. O azul das águas é lindo e o cenário fica completo com as montanhas, pedras e construções incas que cruzamos pelo caminho. Veja aqui um vídeo que fiz da caminhada.

Trilha entre parte Norte e Sul da Isla del Sol

Mas fique esperto, pois existem pedágios que você deve pagar em alguns pontos da trilha. Em média, 5 bolivianos. Passamos por três famílias cobrando pedágios, mas não sabemos se a última era oficial mesmo, pois logo depois que passamos a família foi embora. Enfim…

Vista para o lago Titicaca

O calor era grande; protetor solar, boné e óculos escuros nessas horas são fundamentais. E levar um pacotinho de folha de coca também pode ajudar com a altitude, pois ficávamos cansados muito rápidos com as subidas e descidas da trilha.

No final do dia quase, paramos em um restaurante simples com uma vista maravilhosa do lago. O prato escolhido? Truta, mas é claro! Por apenas 25 bolivianos, comi um prato delicioso com uma vista que não tinha preço. Impressionante esse lugar.

Restaurante nas margens do Titicaca

Truta com vista privilegiada

Todos alimentados, o desafio seguinte era arrumar um lugar para dormir. Como já era por volta das 19h, foi difícil encontrar um hostel para quinze pessoas. De novo, não estávamos na posição de ficar selecionando habitações. Ficamos em uma que pagamos 15 bolivianos a noite (cerca de 5 reais), já deu pra imaginar, né? Eu fiquei em um colchão, no chão.

O banheiro ficava no lado de fora, a água quente tinha acabado, a privada mal tinha descarga (nem preciso falar do assento e do papel higiênico, ok?). Enfim, depois de sete horas caminhando pra cima e pra baixo, ninguém tava precisando de um banho mesmo, imagina.

Bom, compramos alguns vinhos, atum, maionese, torradas e estava pronta a festa. Ficamos a noite toda conversando, rindo e cantando.

Todos os brasileiros juntos na Isla del Sol

Depois da noite fria, acordei no outro dia, bem cedo na esperança de tomar banho, mas a água quente não existia mesmo. Desencanei, banho mesmo seria só no final do dia, já em Puno, no Peru.

Comi um lanche rápido em Copacabana e peguei o ônibus para Puno, mais quatro horas e meia. Atrasamos o relógio uma hora, para acertar com o horário peruano. Passamos na fronteira, sem grandes problemas. Na rodoviária, me despedi das duas brasileiras que conheci e fui em busca do hotel que já tinha reservado ainda no Brasil. Fui torcendo para que não fosse mais nenhuma roubada. E não era. Ali, meu banheiro tinha água quente, descarga na privada e papel higiênico (!). Tava no céu! Um quarto só para mim com TV a cabo. Um luxo só. Tudo por apenas 30 soles (algo em torno de 20 reais).

Fronteira Bolívia-Peru; entrada por Puno

A passagem em Puno foi rápida, cheguei às 17h e sai no outro dia às 7h da manhã. Mas depois do merecido banho, deu para dar uma voltinha no centro. Jantei em um restaurante maravilhoso! Tradiciones Del Lago. Não foi dos mais baratos, mas também não era nada absurdo e como eu estava merecendo me fazer um agrado, fui. Comi um filé de alpaca com vegetais e vinho peruano. Coisa fina! Super recomendo.

É visível a mudança da Bolívia para o Peru. Não tem como não notar a estrutura das cidades peruanas para o turista, em comparação com as bolivianas. Uma pena, pois a Bolívia é linda e não é a primeira coisa que vem na nossa cabeça quando falamos desse país.

A viagem para Cusco, minha próxima parada, levou cerca de 10 horas, mas conto no próximo post. Até lá!

ps. Fico feliz em saber que esse é o post de número 100 do blog! Quando ele começou, no dia 08/08/08, não pensei que fosse durar tanto, mas não é que tá durando?





Chegando na Bolívia!

25 01 2012

Era 4 de janeiro, quando embarquei para a Bolívia. Um pouco de apreensão para saber se a empresa de aviação Aerosur realmente existia, mas tudo ficou mais calmo quando localizei o guichê para o check-in.

Apesar de atrasar, o voo foi tranqüilo, cheguei em Santa Cruz de La Sierra, para a conexão, com um calor de 30°C, por volta das dez horas da noite. Sem muita explicação, tentei me localizar onde pegaria o outro avião para La Paz. No meio do caminho, ouvi “Ai, se eu te pego” duas vezes – em menos de 30 minutos em território boliviano (!). Uma previsão do que ainda ouviria pela viagem. Tomei um café com meio sanduba que vendiam ali na lanchonete. O café parecia com o de coador, estilo brasileiro mesmo, mas um pouco morno.

Aeroporto Santa Cruz de La Sierra

O vôo atrasou de novo, além de mudarem o portão de embarque no último minuto. Dessa vez, subiríamos bastante. De 400m de altitude para 4.100m (altitude do aeroporto de La Paz). Eu já esperava sentir algo, por causa dessa subida tão rápida, então já no avião comecei a me sentir estranha, mas no final das contas, só tive uma pequena dor de cabeça mesmo. Quando a porta do avião abriu, pude sentir os gélidos 6°C da capital mais alta do mundo.

Os taxis daqui não tem taxímetro, então o preço é sempre negociado antes de entrar e, normalmente, o valor é cobrado por pessoa. A corrida até o centro de La Paz, onde estava meu hostel, me saiu por 25 bolivianos – assim como para a senhora com quem rachei o taxi, que também ia para o centro.

Me registrei no Loki Hostel e fui logo para o meu quarto dormir, estava bem cansada. A cama era ótima com dois travesseiros e um belo de um edredom. Já no outro dia, com o mapa da cidade em mãos, fui dar uma rodada pelo centro para ver um pouco mais da cidade. Andei um quarteirão e já fiquei ofegante. As ruas em La Paz são, em sua quase maioria, subidas e descidas, junte isso ao fator altitude e você vai se sentir a maior das sedentárias.

Rua de La Paz

Fui até a Plaza Murillo para ver a Catedral, o Palácio Legislativo e o Palácio Presidencial, onde trabalha o presidente Evo Morales. Ali havia vários jornalistas e redes de TV, aparentemente eles sempre ficam por ali.

Plaza Murillo

Queria encontrar os museus da Rua Jaén e acabei me perdendo um pouco. Pude ver bastante da situação daquele que é considerado o país mais pobre da América Latina. O comércio informal das ruas do centro é a grande maioria. Com uma rápida andada, você pode ver dezenas de “cholas paceñas”, moradoras de La Paz, com o traje típico boliviano sentadas ao lado de uma barraquinha que se vende de tudo um pouco, às vezes comidas e bebidas, outras vezes pen drives, DVDs e livros.

Momento raro de pouco trânsito em La Paz

Depois encontrei a Rua Jaén, passei por cinco museus: Museo Constumbrista Juan de Vargas (que conta a história de La Paz através de miniaturas), Museo de Metales Preciosos, Museo Del Litoral Boliviano (meio chatinho), Museo Casa de Don Pedro Domingo Murillo (líder da revolução independente em La Paz de 1809) e Museo de Instrumentos Musicales de Bolívia (o MAIS divertido).

Antigas guitarras bolivianas

Entre guitarras feitas com casco de tartaruga, acordeons e tambores, o museu vai mostrando a história dos instrumentos na cidade. Do lado de fora, eles deixam alguns brinquedinhos para os visitantes se divertirem, olha só:

Depois que a fome bateu, fui em busca do almoço…o que não dava para ser em qualquer lugar. Optei por uma espécie de fast food local, que vendia pratos e lanches com frango. Os pollos fritos são super comuns por aqui. Normalmente, são pedaços ao estilo frango à passarinho, acompanhados com batatas fritas. Esse prato é chamado de pollo broaster. O que não é ruim, só não muito saudável. Escolhi umas tirinhas de frango, ao estilo nuggets com arroz, banana frita, batata frita e um molhinho picante feito com aji, que ainda hei de conseguir a receita. Tudo por 25 bolivianos ou R$7,40.

Almoço no Pollos Panchita

Fui até a rodoviária, comprar minha passagem para Copacabana (depois descobri que há várias opções de ônibus ao lado do cemitério, com preços melhores), pois era meu próximo destino. Para voltar para o centrinho, decidi pegar um micro-ônibus tradicional, porque eles eram LINDOS! Todos coloridos e cheios de gente. O motorista era um pouco mal-humorado, mas tudo bem, eu me diverti. Desci na Plaza Murillo e fui andando para o hostel, que era pertinho.

Micro-ônibus por fora

Micro-ônibus por dentro

Pela noite, conheci um grupo de argentinas e combinamos de sair no outro dia para explorar outras partes da cidade. Eu havia visto um parque no mapa e queria conhecê-lo. Ele fica entre os bairros de Miraflores e Sopocachi, os mais ricos de La Paz. Fomos caminhando e passamos pelo Paseo El Prado, uma das principais avenidas, que conta com várias lojas de sapatos, roupas, bancos, um cinema e restaurantes.

Paseo El Prado

No final das contas o Parque Urbano Central tinha pouco verde e mais pedras, sem contar com os largos degraus, mas era até que bem bonito. Sentamos por ali e fizemos um pic nic improvisado com um pouco de pão, maionese com atum e doritos. Foi o almoço do dia!

Enrolei mais um pouco e fui para a rodoviária, pegar o ônibus até Copacabana, cidade onde está o Lago Titicaca. Viagem de pouco mais de 5 horas que conto depois!

Vista de La Paz





Malas prontas!

3 01 2012

Depois de enrolar um pouquinho, consegui fechar minha mochila! Ela está com 12 quilos bem pesados. Já fiz o teste de andar pela casa com ela nas costas para ver se está com um peso aceitável, e acho que está bem carregável. Só pensei em tirar o protetor solar da necessaire, já que na previsão do tempo, tudo o que eu vejo é chuva e céu nublado. Chato, né? Mas janeiro é assim mesmo, já sabia disso antes.

Depois de mudar um pouquinho o roteiro, fechei os vinte dias dessa maneira, como coloquei aqui:

La Paz está quase como uma cidade de apoio, entre um passeio e outro, mas espero conseguir aproveitar bastante da cidade que, de acordo com o guia, tem várias coisas interessantes para ver e fazer.

Aqui no Google Maps, coloquei os pontos mais importantes, entre rodoviárias e hostels. Está um pouco incompleto, mas espero completá-lo melhor depois da viagem. De qualquer forma, se ajudar a alguém, compartilho aqui.

Bom, acho que é isso. A ansiedade tá começando a bater (!)

Antes de terminar, queria compartilhar o vídeo da Calle 13,  banda de Porto Rico, que fez essa música linda – assim como o clip. Em parte, posso dizer que foi por causa dele que empolguei ainda mais em fazer essa viagem para a América Latina.

Até lá!