Crianças vêem. Crianças fazem.

24 10 2008

Vídeo muito bem feito que vi num wikisite do Limão sobre educação.

Parece que a gente esquece como influencia nas ações de uma criança. Sempre é bom lembrar.





Anunciaram que o mundo ia se acabar.

24 10 2008

Eu sei que você não agüenta mais falar, ouvir ou pensar na crise mundial – essa mesma, que até agora parece que não chegou por aqui. E, de fato, tá difícil mesmo de compartilhar da neura dos investidores. O Teco, do Fim de Expediente já chegou no limite, e para mim, o caso ainda seria resolvido se contratassem um bom psicóloco para cuidar desse “humor” que se fala tanto do mercado. Se pararmos para pensar que todas as quedas das bolsas são “virtuais”, com alterações vinculadas a especulações, a raiva só aumenta.

Principalmente depois que você pensa no que se poderia investir com, por exemplo, os 700 bilhões de dólares do pacote “salvador” norte-americano. Há algumas semanas, Oded Grajew, empresário e um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, escreveu na Folha dados muito bacanas a respeito de como os nossos valores ficam deturpados com o passar do tempo:

“A ONU estima que aproximadamente US$ 150 bilhões anuais seriam necessários para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Estabelecidos em 2000, prevêem para 2015 acabar com a fome e reduzir drasticamente a pobreza, as mazelas sociais e a degradação ambiental. Nem a metade dos recursos necessários foi até agora arrecadada. Conseqüentemente, prevê-se que as metas não serão atingidas.
Para todos os que se preocupam com as questões sociais e ambientais, é fundamental que “caia a ficha”. Não há carência de idéias nem ausência de recursos para acabar com as mazelas sociais e proporcionar uma vida digna a todos os habitantes do planeta e assegurar o desenvolvimento sustentável às futuras gerações. O problema é a falta de vontade política da maioria dos governantes.”

É isso. O dinheiro para realizar as mudanças existe, mas parece que as prioridades são outras. Mais importante é você continuar lucrando milhões de dólares, do que um magrelinho da África parar de comer terra para não morrer. Você não conhece o magrelinho, mas você sabe muito bem o que é perder 2 milhões em uma semana, portanto, cada um na sua, cumpadi.

Frase bacana da semana, ainda do Teco:

“Assunto dólar: Nos últimos 5 anos, 95% das pessoas ficaram reclamando que o dólar só caia e que o BC não fazia nada. Agora que ele foi pra R$ 2,30, tem 95% das pessoas reclamando da alta do dólar e que o BC precisa fazer alguma coisa. Ou moram 190% de pessoas no Brasil, ou as pessoas precisam decidir o que querem da vida.”





Santiago. ¿Vamos?

23 10 2008

Conto os dias para a primeira aventura como correspondente internacional. Contatos quase todos acertados, entrevistas marcadas, mala pseudo-pronta, animação mais do que visível. Serão poucos dias, mas creio que serão extremamente valiosos.

Iremos – eu, Fernanda, Paula e Simone – para Santiago, Chile, – mais a equipe no Brasil: Thaís e Juliana – realizar uma matéria a respeito de um problema energético e ambiental, que pouquíssimo se fala aqui no país, algo estranho, uma vez que os países estão tão perto no mapa e também, porque a experiência chilena se assemelha muito com a brasileira. Aquela mesma, dos idos de 1982: O Salto de Sete Quedas, considerada a maior queda d’água em volume do mundo, inundada para a construção da Usina de Itaipu.

A situação que ocorre no Chile é a seguinte: Há um projeto de construção de 5 usinas hidrelétricas na região da Patagônia, mais especificamente em Aysén. Ambientalistas e outras organizações não-governamentais são absolutamente contra – inclusive foi criada uma Comissão de Defesa da Patagônia Chilena – esse projeto pois acreditam que a questão energética do Chile (o país importa 72% da energia que consome) precisa ser pensada com muito mais cuidado, em relação ao meio ambiente. Rios seriam inundados e parte da biodiversidade do local seria perdida – sem falar do turismo da região e sua população local.

Há um Estudo de Impactos Ambientais – algo em torno de 11 mil páginas –  em processo de avaliação no Conama (órgão ambiental governamental), e muito já se foi discutido na imprensa e com os próprios chilenos. Vamos para lá exatamente para saber a que pé anda tudo isso, e se realmente, a construção é válida ou não. 

Nos deseje sorte,ok? Assim que tivermos novidades, vou colocando aqui.

E o vídeo acima é apenas uma brincadeira, trata-se do documentário do João Moreira Salles sobre seu mordomo, Santiago (Rio de Janeiro, 2007). Assisti uma vez e se você tiver a chance, faça o mesmo. Para mim, foi uma experiência bem bacana.

Câmbio, desligo.





Enquanto o céu não desentope…

17 10 2008

Ok, é primaveira, uma estação de transição, com dias mais frios e outros mais quentes. Essa parte eu já entendi, mas fazer 34ºC numa tarde e ter ventos cortantes e escandalosos – que fariam inveja a qualquer equipe de efeitos sonoros –  numa noite, com alguns míseros pingos de água, já é um pouco demais,não? Tem momentos em que eu acho que as nuvens ressecaram ou só estão lá da mesma forma que estão no final do Show de Truman: pura cenografia.

Ontem, ao sair de casa para ir ao trabalho, esqueci meus óculos de grau. Sou míope. Nada que ultrapasse o 1 grau, mas já faz uma bela diferença. Saí do trabalho e fui pegar alguns documentos na faculdade. Percebi como fico (mais) distraída quando não enxergo direito. Para mim, todos os postes de luz e semáfaros estavam emabaçados, a imagem não pode ser outra: Janela da Alma e Ensaio sobre a cegueira. Fiquei “escrevendo” crônicas mentais na minha cabeça por causa disso. E percebi duas coisas:

1. Se a tecnologia avançar ao ponto de podermos “rascunhar” textos mentais enquanto andamos e depois salvá-los no nosso pendrive (acoplado como se fosse um fone de ouvido), minha vida seria BEM mais feliz.

2. Se isso realmente acontecesse, eu seria um incrível alvo de assalto. A distração em pessoa.

O que alegrou a minha caminhada do trabalho até a faculdade foi um certo rapaz, que acredito que estava com fones de ouvido – só acredito, não consegui enxergar -, ouvindo uma músiquinha bem pra cima, daquelas que deixa a gente com uma sensação bacana no estômago,sabe? Tipo essa nova da Marisa Monte, que só consigo achar no Youtube (Alguém tem em MP3?). Enfim, o rapaz ao pular uma divisão – leia-se valeta – na calçada, resolveu dar um saltito, uma volta no próprio eixo e depois continuou, tranqüilamente, seu caminho. Fiquei rindo sozinha, eu ali na Consolação, míope de tudo. Me pergunto o que ele ouvia.





Causos do interior pindamonhangabesco.

12 10 2008

Domingo de manhã. Tempo nublado. Bairro calmo, pouco movimentado. Eis que você se depara com dois garotos lançando discos de vinil contra uma mangueira (sabe aquela? De onde vem as mangas). Tudo para tentar alcançar alguns frutos mais altos. Discos de vinil espalhados pelos arredores. Nem vi de que artistas eram. Acho que foi melhor assim,não?

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Eleições municipais 2008. Dois candidatos para a prefeitura. O atual e o ex. Ganha o atual prefeito. O ex vai até “sua” rádio e diz que foi tudo uma fraude, que tem mais de 5 mil assinaturas e vai realizar uma passeata na segunda-feira (amanhã) até o fórum da cidade para entregar o documento para a juiza eleitoral, pedindo uma outra eleição. Dizem as más línguas que a passeata não vai ultrapassar 50 pessoas. Acompanhem no noticiário as reviravoltas desse incrível episódio.

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Por último, porém não menos interessante. Dia 14 de outubro começa o FESTE (Festival Nacional de Teatro). Grupos teatrais de diversas regiões do país, como Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro vão se apresentar nos palcos da cidade. Até o Bosque da Princesa vai ser presenteado com peças de rua. Ótimo lugar para fotos. Estarei lá. A entrada será sempre 1 quilo de alimento e todo mantimento arrecadado será encaminhado para o Fundo Social de Solidariedade. O festival vai até o dia 24 de outubro. Portanto, se estiver sem um programa bacana para esses dias, já sabe: Apareça por aqui.





Seja bem-vindo: Você está em São Paulo.

9 10 2008

 

Não é à toa que São Paulo interpreta muito bem o papel de “terra das oportunidades”, onde parece que todos podem entrar e alcançar seus objetivos e sonhos, independente de quem seja ou de onde venha. A cara da cidade é exatamente….não ter uma cara. Sim, é a metrópole urbanóide, cidade que não pára, terra da garoa, reduto de italianos, japoneses, libaneses, nordestinos, playboys, motoboys, carros, ônibus, trânsito, – já conseguiu se encontrar? arte e cultura da melhor qualidade, quadros, grafite, pichação, festivais, parques, praças, feiras, shopping centers, bares, ruas e avenidas, onde a Ipiranga cruza com a São João. E tudo parece ter o seu sentido, junto ou separado, noturno ou ensolarado.

   

 

Num simples passeio pelas ruas do centro podemos ter inúmeras opções de alimentação. Afinal, São Paulo também é comida, para todos os gostos:  De finíssimas cafeterias, lancherias e padarias, passando por “cantinhos do café”, lanchonetes e camelôs alimentícios, até chegar às opções, que com toda certeza, se você está lendo esse texto, nunca teve porquê escolhê-las: lixo. Ou melhor, restos não-aproveitados ou simplesmente resignados para outro fim – que não a sua boca. Pois é, esqueci de comentar no início: São Paulo é comida, mas também é lixo.

       
Se você não nasceu na terra da Rita Lee e do Rappin Hood, como eu, mas já está a algum tempo vivendo nela, já percebeu que é praticamente impossível não se deixar transformar por essa cidade. E o motivo é simples: O mundo é atirado aos seus olhos, sem que dê tempo de você os fechar. E o mundo não é bonito ou feio, grandioso ou desprezível, ele é exatamente tudo isso e um pouco mais, simultaneamente. É o morador de rua que te pede um pacote de velas numa noite fria ao lado da granfina com sua bolsa de mil reais que está pensativa, se questionando onde jantar essa noite: Fasano ou Famiglia Mancini? Enquanto isso, você compra a badeja de queijo mussarela para comer com o pão francês amanhecido de ontem – depois de esquentar no microondas, é claro.

 

Do colorido ao cinza, da prosa à poesia. Novela das oito? Filme do Walter Salles? Não, amigo. Seja bem-vindo: Você está em São Paulo.





É lixo ou não é? Eu e meus anos 90.

1 10 2008

A lista tinha de tudo: tampinhas de garrafa, argolas de latinha de refrigerante, latinhas de refrigerante (óbvio), palitos de sorvete (aqueles que vinham com uma espécie de “supertrunfo”,sabe?), adesivos, bonés, brinquedinhos do kinder ovo, da coca-cola (sim, meu passado negro), da yopa e da elma chips. Chaveiros, bola pula-pula, propaganda política dos verões passados e até formiga (ok, eu era bem criança e fui logo reprimida pela professora da segunda série, quando ela viu meu guardanapinho com várias formiguinhas mortas).

Ah, e claro, quase esqueci: tudo-o-que-você-pode-imaginar do Ayrton Senna e do Senninha (revistas, gibis, camisetas, bonés, carteira, bolsa, meia, relógio, pochete, lancheira, adesivos, bonecos, pôster, fitas cassete, livros, lápis, borracha, caneta, fichário, caderno, quadro, vela de aniversário, o tema do aniversário, broche, e por aí vai).

Os anos 90 têm batido na minha porta com uma certa freqüência nos últimos tempos, isso inclui a festinha de aniversário da Fabrícia, 24 anos, e a nova edição da revista OFFLINE, que também se empolgou na década do Aquaplay, do chiclete Babaloo, da Xuxa, dos Trapalhões, do “Não basta ser pai, tem que participar” e do Pense Bem.

Comecei a refletir e percebi que – como é possível observar na lista acima – gostava muito de colecionar tranqueiras e badulaques. O mais bacana é que mais da metade do que foi citado, eu ainda guardo. (Não, as formigas não).

Acho que é da minha natureza coletora, essa tendência de armazenar tudo aquilo que eu imagino precisar um dia, e isso não só no quesito “coleções”. O que é o extremo oposto da minha mãe, que sempre em busca da limpeza e da organização tende a jogar MUITAS coisas no lixo. Quem será que tem mais razão? OK, ao falarmos de objetos pessoais e outros mimos, a última coisa que nos atravessa é a razão. Por isso, eu falo com o maior orgulho: guardo tranqueira sim. Tenho dificuldades de me desapegar das mais insignificantes banalidades. O que eu até acho charmoso. Bom, pelo menos eu acho.

Da mesma paixão por guardar objetos, parte a paixão por listas. Não sei explicar, mas as informações não parecem ficar mais organizadas? Ultimamente, é mais por necessidade mesmo. Sem elas, simplesmente esqueço o que tenho que fazer. Portanto, faço listas semanais, por exemplo, a desta semana tem inúmeros tópicos de livros e textos que tenho que ler, contas para pagar e roupas para lavar. O momento mais esperado e mais prazeroso é o de riscar um item já realizado. Sim, sim, melhor ritual de passagem não há. Você percebe que está caminhando para algum lugar, entende?

Enfim, comigo funciona. Apesar que nos mesmos anos 90 anteriormente citados, eu tinha sérios problemas com listas: Nas festinhas de aniversário, quando eu só podia convidar cinco amiguinhos.Não que eu fosse a-baixinha-mais-popular-do-Pequeno-Construtor (até porque todos naquela época tinham o meu tamanho. O que aconteceu, Meu Deus??), mas era sempre “gastritante” ter que fazer essa lista. Não gostava.

Hoje, superei. Já posso riscar essa fobia da minha lista.