Terremoto no Chile – Mais depoimentos

1 03 2010

Segue mais um depoimento de outro colega nosso, o jornalista chileno Tebni Pino, a respeito do terremoto que atingiu o país, e que até o momento,  já matou mais de 700 pessoas.
– Onde você estava quando o terremoto começou? O que sentiu?
Estava no campo, numa casinha de madeira montada sobre paus de madeira, o que fez com que o barulho e o movimento se sentisse ainda mais forte. O mais impressionante é que, embora os chilenos tenhamos mais costume do que outros povos, nunca tinha estado numa situação parecida que atingisse mais do que 30 ou 40 segundos. Desta vez foram 2 terríveis minutos, com muita força, com a terra se mexendo, as árvores e a casa se movimentan do de um lado para outro… O qué senti, sem dúvida alguma “angústia” por náo poder controlar o que a natureza estava provocando. E medo, claro, mas medo pelos meus velhos pais, por seus corações (algumas arritmias próprias da idade) e pedindo para eles tiverem força e não acontecer nada.
– Você chegou a andar pelas ruas pela manhã? Como está a cidade e o centro antigo de Santiago? As pessoas andam pelas ruas?
As pessoas andam pelas ruas, com temor, mas concientes de que devem continuar a vida. No centro velho de Santiago muita casa foi ao chão, mas isso acontece geralmente. O drama maior, contudo, não está em Santiago, senão mais ao sul, no epicentro do terremoto que desta vez atimngiu 8,8 graus (num máximo de 19).





Terremoto no Chile.

28 02 2010

Os tremores de 8,8 graus sentidos no Chile na madrugada de sexta para sábado já deixaram mais de 300 mortos, 15 desaparecidos e 2 milhões de pessoas desabrigadas.

Conheci Santiago em 2008, quando viajei para o país com minhas amigas da faculdade para fazer uma reportagem sobre a tentativa de se construir usinas hidrelétricas na Patagônia. Como primeira viagem internacional, a memória afetiva é muito grande, e a identificação com a tragédia não poderia ser diferente.

Entrei em contato com alguns jornalistas e outras fontes que entrevistamos por lá, durante nossa visita, e a medida que obtiver as respostas, irei colocá-las todas aqui.

A primeira a responder por email foi a jornalista chilena Daniela Estrada, que deu seu depoimento, contando como foram os momentos após os tremores. Segue abaixo.

– Onde você estava quando o terremoto começou?

Estava dormindo, eram 3:34 da madrugada.

– De que forma sentiu os tremores?
Acordei com o movimento da minha cama. O tremor foi ondulante e durou cerca de 2 minutos. Me levantei da cama e fui até a porta de minha casa para me proteger.

– Como a cidade ficou, pela manhã?

Foram derrubados edifícios, casas, rodovias, pontes… A última declaração oficial fala em 147 mortos. (o email foi respondido às 17h19 do sábado) 
 

– O que é mais necessário agora, qual a prioridade?
Agora o país está em estado de emergência, resgatando feridos, evacuando lugares afetados, contabilizando feridos e reparando os danos.

– Como está a comunicação do país?

A  comunicação telefônica (fixa e celular) ainda não se normalizou em todo o Chile. Há zonas em que não se tem eletrecidade, nem outros serviços básicos. Registrou-se, também, alguns saques ao comércio.

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O Flickr mostra algumas fotos de seus usuários que registraram a situação do país, depois dos tremores: http://blog.flickr.net/2010/02/27/earthquake-in-chile/





Santiago. ¿Vamos?

23 10 2008

Conto os dias para a primeira aventura como correspondente internacional. Contatos quase todos acertados, entrevistas marcadas, mala pseudo-pronta, animação mais do que visível. Serão poucos dias, mas creio que serão extremamente valiosos.

Iremos – eu, Fernanda, Paula e Simone – para Santiago, Chile, – mais a equipe no Brasil: Thaís e Juliana – realizar uma matéria a respeito de um problema energético e ambiental, que pouquíssimo se fala aqui no país, algo estranho, uma vez que os países estão tão perto no mapa e também, porque a experiência chilena se assemelha muito com a brasileira. Aquela mesma, dos idos de 1982: O Salto de Sete Quedas, considerada a maior queda d’água em volume do mundo, inundada para a construção da Usina de Itaipu.

A situação que ocorre no Chile é a seguinte: Há um projeto de construção de 5 usinas hidrelétricas na região da Patagônia, mais especificamente em Aysén. Ambientalistas e outras organizações não-governamentais são absolutamente contra – inclusive foi criada uma Comissão de Defesa da Patagônia Chilena – esse projeto pois acreditam que a questão energética do Chile (o país importa 72% da energia que consome) precisa ser pensada com muito mais cuidado, em relação ao meio ambiente. Rios seriam inundados e parte da biodiversidade do local seria perdida – sem falar do turismo da região e sua população local.

Há um Estudo de Impactos Ambientais – algo em torno de 11 mil páginas –  em processo de avaliação no Conama (órgão ambiental governamental), e muito já se foi discutido na imprensa e com os próprios chilenos. Vamos para lá exatamente para saber a que pé anda tudo isso, e se realmente, a construção é válida ou não. 

Nos deseje sorte,ok? Assim que tivermos novidades, vou colocando aqui.

E o vídeo acima é apenas uma brincadeira, trata-se do documentário do João Moreira Salles sobre seu mordomo, Santiago (Rio de Janeiro, 2007). Assisti uma vez e se você tiver a chance, faça o mesmo. Para mim, foi uma experiência bem bacana.

Câmbio, desligo.