O objetivo é coletivo, mas a consciência é individual.

8 05 2009

Apesar de ninguém conseguir formular uma definição “definitiva” para essa tal de sustentabilidade, a ideia principal é bastante simples: preocupação com o meio ambiente para que as próximas gerações (caso ainda existam, depois da gripe suína) tenham um lugar bacana para viver.

Por trás da idéia aparentemente simples, segue uma série de conceitos, como bem disse a intelectual americana Danah Zohar, no II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade. Zohar falou um pouco de uma inteligência que não é medida nas escolas, muito menos através de um QI: é a inteligência espiritual. Que por sua vez, não está ligada à religião de cada um, como você pode estar pensando, mas sim, se refere àquilo que faz de você, você. Esse ser único e diferente de tudo que existe.

Como princípios da inteligência espiritual, temos as seguintes ações: ter compaixão, não apenas se importar com o outro, mas ser outro; praticar a humildade, porque afinal, o meu ponto de vista é apenas um ponto de vista; celebrar a diversidade, é ela que me acrescenta e que me faz evoluir; se levantar contra a multidão e não ter medo de apontar um novo caminho; reformular, mudar a perspectiva, enfim…

Esses dois dias de palestras me emocionaram e me mostraram visões novas e nada-óbvias sobre a capacidade de mudança do ser humano. Normalmente, em ambientes desse tipo o coffe break é um dos momentos mais animados do evento. Não nesse. A escolha, a dedo, de pessoas que tinham muito a acrescentar para as mesas de discussão, fez do Fórum um evento e tanto. Só para ter uma idéia de quem esteve por lá: a Monja Coen, o escritor Ferréz, o intelectual do Sri Lanka Mohan Munasinghe (prêmio Nobel da Paz 2007 e atual vice-presidente do IPCC), a ex-ministra do Meio Ambiente e atual senadora Marina Silva, o jornalista Washington Novaes, Ricardo Kotscho, André Trigueiro, entre outros.

O que chamou a minha atenção e acredito que de muita gente foi a atitude dos “Guerreiros sem armas”, vídeo que foi apresentado no último dia e mostrou que dá para simplesmente… mudar o mundo. Não é mais aquele “fazer para as pessoas” e sim, “fazer com as pessoas”. Jovens de diferentes partes do mundo que se juntam e vão fazer de um bairro, um lugar melhor – a partir do que a comunidade acha que é melhor para ela. Os Guerreiros agora tem um novo desafio é o “Oásis Santa Catarina”, um jogo virtual que vai levar equipes de jovens para fazer algo de concreto pelo Estado, que foi devastado pelas enchentes em novembro de 2008.

Acho que só dá para ter a dimensão do trabalho que esses Guerreiros fizeram em Santos, em 2007, assistindo ao vídeo que vou tentar colocar aqui. Ele não é longo, portanto, assista. Você vai entender o porquê da minha empolgação.

Os endereços estão todos linkados nesse texto, se informe um pouco mais sobre as iniciativas, porque melhor do que falar sobre o que precisa ser transformado é, de fato, transformar. Pretendo me inscrever no Oásis Santa Catarina, mas preciso de uma equipe de até 40 pessoas. Mais algum voluntário?





Pedalando, meu amigo. Só assim.

10 01 2009

 

Há simples prazeres da vida que nos fazem um tremendo de um bem, mas por conseqüência (eu gosto dos tremas, não vou tirá-los) dessa nossa vida-louca-vida, acabamos deixando de lado. Andar de bicicleta é um desses prazeres. Há exatos 3 anos, quando me mudei para São Paulo, parei de pedalar pelas ruas aqui de Pindópolis. Havia me esquecido como é bom pedalar pelas ruas. Hoje, desenganchei a magrela da garagem, dei uma lavada de leve, enchi os pneus e criei coragem de sair por aí de novo, como nos velhos tempos. A ida até o centro da cidade me deixou com a saudável cor de pimentão – algo que não acontecia desde dos idos de 2005, tempos em que não sabia beber e ficava dessa cor.

 

Enfim, percebi coisas interessantes nesse passeio:

 

1. Eu realmente tenho um caso de amor com o vento. Não sei explicar, mas provavelmente não seria a mesma pessoa se ele não existisse; ele me acalma de uma maneira que poucos seres vivos conseguem fazer.

 

2. Assistir a filmes de romance, novelas e seriados realmente não fazem bem para a sua vida amorosa. Tinha lido isso no Destak, era uma matéria que dizia que uma pesquisa feita pela Universidade de Iauuasgsdiauysg, com os cientistas de Uashaishbiaud apontava que nos faz mal assistir a esses filmes de amor. E é algo até que lógico, porque na ficção tudo é mais cor-de-rosa e mais plasticamente bonito, não? Daí, você olha para o seu umbigo e fala: “Poxa, porque SÓ comigo que isso não acontece?” A resposta, meu caro, é simples: ficção não é realidade. E não entremos no mérito dos psicólogos e roteiristas, é apenas um fato.

 

3. Eu preciso andar mais de bicicleta. Sério. Meu condicionamento físico anda muito a desejar. Isso que dá ficar só andando em veículos motorizados.

 

4. Eu gosto de ficar tento essas viagens mentais durante esses passeios. É algo que acredito que não podemos fazer se estamos dirigindo um carro, por exemplo. – E não falo isso só porque o Detran me reprovou na prova de direção, tá? – Pés e bicicletas são meios de locomoção lindos e saudáveis e eu os adoro.

 

Foi isso. Ah! E só para fechar, gostaria de mandar aquele beijão grandão para a senhora minha mãe – Dona Selma – que aniversaria nesse 10 de janeiro! Se não fosse por ela…ai,ai,ai….o que seria de mim? Mas podem deixar que já entreguei o meu beijão pessoalmente.

 

2009 – Aproveitem. Mesmo não sendo um ano par. Acredito que ele será bem bacana. Por quê? A Editora Globo me quis como sua estagiária e eu me formo esse ano. Medinho. Ah, e quem tiver idéias para um TCC sobre Jornalismo Ambiental me dê um toque, ok?

 

O vídeo do post é de uma banda chamada Nada Surf, a música “Inside of Love” é linda, por isso está aqui.Triste, mas linda. Dêem uma conferida.

“Of course, I’ll be all right. I’ve just had a bad night.”

 

 





Santiago. ¿Vamos?

23 10 2008

Conto os dias para a primeira aventura como correspondente internacional. Contatos quase todos acertados, entrevistas marcadas, mala pseudo-pronta, animação mais do que visível. Serão poucos dias, mas creio que serão extremamente valiosos.

Iremos – eu, Fernanda, Paula e Simone – para Santiago, Chile, – mais a equipe no Brasil: Thaís e Juliana – realizar uma matéria a respeito de um problema energético e ambiental, que pouquíssimo se fala aqui no país, algo estranho, uma vez que os países estão tão perto no mapa e também, porque a experiência chilena se assemelha muito com a brasileira. Aquela mesma, dos idos de 1982: O Salto de Sete Quedas, considerada a maior queda d’água em volume do mundo, inundada para a construção da Usina de Itaipu.

A situação que ocorre no Chile é a seguinte: Há um projeto de construção de 5 usinas hidrelétricas na região da Patagônia, mais especificamente em Aysén. Ambientalistas e outras organizações não-governamentais são absolutamente contra – inclusive foi criada uma Comissão de Defesa da Patagônia Chilena – esse projeto pois acreditam que a questão energética do Chile (o país importa 72% da energia que consome) precisa ser pensada com muito mais cuidado, em relação ao meio ambiente. Rios seriam inundados e parte da biodiversidade do local seria perdida – sem falar do turismo da região e sua população local.

Há um Estudo de Impactos Ambientais – algo em torno de 11 mil páginas –  em processo de avaliação no Conama (órgão ambiental governamental), e muito já se foi discutido na imprensa e com os próprios chilenos. Vamos para lá exatamente para saber a que pé anda tudo isso, e se realmente, a construção é válida ou não. 

Nos deseje sorte,ok? Assim que tivermos novidades, vou colocando aqui.

E o vídeo acima é apenas uma brincadeira, trata-se do documentário do João Moreira Salles sobre seu mordomo, Santiago (Rio de Janeiro, 2007). Assisti uma vez e se você tiver a chance, faça o mesmo. Para mim, foi uma experiência bem bacana.

Câmbio, desligo.