Os tantos outros do mundo.

4 07 2011

O que te leva a ir a uma vídeo-exposição na qual é possível assistir a milhares de depoimentos de pessoas de todos os tipos, idades e nacionalidade? Elas falam de sonhos, felicidade, fugas, dores, amores e até do sentido da vida.

O projeto 6 bilhões de Outros, do fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand em parceria de Sybille d’Orgeval e Baptiste Rouget-Luchaire, realizou um total de 5.600 entrevistas em 78 países e levou 5 anos para ser produzido. O resultado? Um gigantesco mosaico de sotaques, olhares, cores, experiências e pontos de vista completamente diferentes.

O roteiro seguido pelos entrevistadores foi composto por 40 perguntas, entre elas: qual o seu maior sonho hoje? O que você gostaria de mudar em sua vida? O que representa família para você? Qual foi a sua última gargalhada? O que te deixa com raiva? Qual o seu maior medo? Você se sente livre?

Com o mesmo enquadramento de câmera utilizado para todos os entrevistados, os relatos foram divididos por temas e no Masp (local escolhido para a exposição no Brasil), as tendas inspiradas nas usadas pela população mongol, abrigavam essas histórias globais. Era quase impossível sair no meio do mosaico de depoimentos. Ao entrar você já era envolvido pelo sotaque e expressão de cada pessoa que compartilhava um pouco da sua visão de mundo. Deveria ter chego mais cedo ao museu, já que entrei às 15h30 e ele fechava às 18h. Não deu tempo de ver tudo! (veja matéria do Repórter Eco sobre a exposição aqui).

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Seja bem-vindo: Você está em São Paulo.

9 10 2008

 

Não é à toa que São Paulo interpreta muito bem o papel de “terra das oportunidades”, onde parece que todos podem entrar e alcançar seus objetivos e sonhos, independente de quem seja ou de onde venha. A cara da cidade é exatamente….não ter uma cara. Sim, é a metrópole urbanóide, cidade que não pára, terra da garoa, reduto de italianos, japoneses, libaneses, nordestinos, playboys, motoboys, carros, ônibus, trânsito, – já conseguiu se encontrar? arte e cultura da melhor qualidade, quadros, grafite, pichação, festivais, parques, praças, feiras, shopping centers, bares, ruas e avenidas, onde a Ipiranga cruza com a São João. E tudo parece ter o seu sentido, junto ou separado, noturno ou ensolarado.

   

 

Num simples passeio pelas ruas do centro podemos ter inúmeras opções de alimentação. Afinal, São Paulo também é comida, para todos os gostos:  De finíssimas cafeterias, lancherias e padarias, passando por “cantinhos do café”, lanchonetes e camelôs alimentícios, até chegar às opções, que com toda certeza, se você está lendo esse texto, nunca teve porquê escolhê-las: lixo. Ou melhor, restos não-aproveitados ou simplesmente resignados para outro fim – que não a sua boca. Pois é, esqueci de comentar no início: São Paulo é comida, mas também é lixo.

       
Se você não nasceu na terra da Rita Lee e do Rappin Hood, como eu, mas já está a algum tempo vivendo nela, já percebeu que é praticamente impossível não se deixar transformar por essa cidade. E o motivo é simples: O mundo é atirado aos seus olhos, sem que dê tempo de você os fechar. E o mundo não é bonito ou feio, grandioso ou desprezível, ele é exatamente tudo isso e um pouco mais, simultaneamente. É o morador de rua que te pede um pacote de velas numa noite fria ao lado da granfina com sua bolsa de mil reais que está pensativa, se questionando onde jantar essa noite: Fasano ou Famiglia Mancini? Enquanto isso, você compra a badeja de queijo mussarela para comer com o pão francês amanhecido de ontem – depois de esquentar no microondas, é claro.

 

Do colorido ao cinza, da prosa à poesia. Novela das oito? Filme do Walter Salles? Não, amigo. Seja bem-vindo: Você está em São Paulo.