Um exemplo chamado Ayrton.

14 11 2010

Eu não me lembro exatamente porque virei fã do Ayrton. Sei que não tinha idade suficiente para acompanhar as corridas, nos tempos em que ele pilotava pela Fórmula 1. Quando Senna ganhou seu primeiro campeonato mundial, em 1988, eu tinha apenas alguns meses; quando ele morreu, no 1º de maio de 1994, eu tinha 6 anos. De alguma forma, a imensidão de notícias, imagens e especiais na TV e edições especiais de revistas e fitas de vídeo me acertaram em cheio. Passei a acompanhar tudo o que era dito e tudo que saia sobre ele. Provavelmente, a minha fase mais consumista até hoje.

A maneira como ele competia, treinava, se esforçava ao máximo até conseguir algo e se superava a cada momento, foi algo muito marcante, mesmo sem tê-lo mais por aqui. Acho que mais do que isso, a forma como o Ayrton tocava as pessoas, em especial os brasileiros, inspirando-as e as enchendo de orgulho, é realmente único.

Senna é o nosso ídolo por uma questão simples, que pode ser resumida em caráter, humildade e trabalho. No final das contas são essas pequenas coisas as mais importantes. Ninguém se faz grande e bem-sucedido sem elas. Lembro de ter lido em um dos inúmeros livros à época, que Senna não era um predestinado, e sim, um obstinado. Ele conseguia o que queria e era muito bom nisso, pois trabalhava até a exaustão para atingir seus objetivos. Poderia ter escolhido qualquer outra carreira que lhe agradasse, e mesmo assim seria um líder, um destaque.

Não foi a Fórmula 1 que lhe fez um grande homem, um grande profissional. Ele o seria em qualquer outro lugar. Por isso, não penso que para uma fã de Ayrton Senna, a paixão pela velocidade seja pré-requisito. Eu passo longe das corridas. Mas a imagem e as atitudes da pessoa Ayrton fizeram parte da minha formação. O orgulho de ter nascido onde nasci, e o valor do trabalho e do esforço. Eu o agradeço por isso.

Não tem como assistir ao documentário Senna, que estreou essa sexta nos cinemas sem se emocionar, e muito. A vida interrompida de um ídolo sempre choca, mas a de Ayrton deixou feridas ainda mais profundas em um país que sofre tanto na sua busca por bons exemplos de caráter, humildade e trabalho.





A não-magia do Natal

12 12 2008

Divulgaçao

 

Ninguém é feliz em Feliz Natal. Talvez só as crianças, mas elas ainda são muito novas para perceber qualquer coisa, ou simplesmente não tiveram tempo suficiente para conhecer os detalhes da vida familiar.

O filme de Selton Mello traz o lado b das reuniões natalinas em família, aquele lado que a gente não gosta de mostrar para os outros – aquele lado que não parece um comercial de margarina.

Eu poderia viver sem o final do ano. Se o ser-humano não precisasse tanto encerrar e iniciar ciclos….Mas isso não é assunto para ser tratado aqui.

Feliz Natal. O filme mais natalino dos últimos tempos – mas se você gosta dessa época do ano, deixe para assistir no carnaval ou na páscoa, sei lá.